segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Para você que mente.

Começa sempre assim: Pensávamos que éramos irmãos em vidas passadas. Viramos o melhor momento da tarde. Estávamos alucinados e alucinantes. A nossa droga era o nosso magnetismo - Nada era explicável, nada precisava de explicações, só havia a necessidade de sentir a carência em uma espécie de unidade. Embriagados, desejávamos o beijo quente e afogávamos aquele calor - No inconsciente, nossa junção. A promessa: Isso é só por hoje! O hoje virou meses. Obstáculo? A liberdade virou prisão, o desejo virou prisioneiro, o laço virou nó. Eu era a fuga, uma opção qualquer. Caminhei distraída por consentimento e o controle se despediu, fitando seu olhar irônico. Por medo, encerrei o ciclo. Por amor, rasguei os panos. Foi um adeus na chuva, a fumaça saindo da boca, orgulho explícito. Ele, paradoxo sentimental. Eu, expressiva dolorida. E assim seguimos, como no poema do ônibus: ''Cheios de palavras não-ditas.''

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