segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Este não é um poema no ônibus 2015.

Havia pouco tempo
E o tempo é o inimigo dos criadores
Dos criativos e dos iludidos
Correu até a porta
Uma sombra ligeiramente tomava conta
A luta instigante do seu medo
Onde há refúgio?
Procurou na paisagem bucólica da janela
Procurou nas ruas caóticas da capital
Procurou na cerveja quente da avenida
Procurou no cheiro invasivo de peixe do Mercado Público
Leu Florbela, Gullar, Bukowski...
Pensou ler Pessoa e pessoas, Bandeira, Drummond...
Subiu o monte...
Fugiu de bonde...
E nada conseguiu...
Falando em nada,
Ele se sentia um nada...
Não fazia nada...
Até o nada era um nada...
E assim, nada pior que a falta de criatividade
Para ocasionar o suicídio do escritor...
E a frustração do leitor...

Nenhum comentário:

Postar um comentário